Europa
Com superfície de 10.368.099km2, a Europa forma com a Ásia um conjunto de terras contínuas conhecido como Eurásia. Os limites entre a Europa e a Ásia não são claros, mas fatores históricos, étnicos e culturais conferem à Europa uma individualidade bem definida. A parte continental é limitada a Norte pelo Oceano Glacial Ártico, a oeste pelo Oceano Atlântico, a sul pelo Mar Mediterrâneo, pelo Mar Negro, pelas montanhas do Cáucaso e pelo Mar Cáspio, e a Leste pelos Montes Urais e pelo Rio Ural. Segundo a mitologia grega, Europa foi uma mulher muito bonita que despertou os amores de Zeus, deus-rei do Olimpo.
Outros definem a Europa não como um continente, mas sim como uma imensa península, em razão de seu litoral recortado. A Europa está localizada no oeste da eurásia, seu território permanece quase em sua totalidade no oriente, acima do paralelo do Equador, ou seja, no hemisfério norte. O território desse continente limita-se ao norte com o Oceano Glacial; com os mares Mediterrâneo e Negro ao sul; Oceano Atlântico a oeste e com os Montes Urais, o Rio Ural e o Mar Cáspio ao leste.
No continente europeu existem muitos países, dentre esses o de maior território é a Rússia, com 40% da área total, o restante abriga 40 países. Apesar de muitos países europeus possuírem territórios relativamente restritos, tornaram-se verdadeiras potências políticas e econômicas mundiais, tais como Reino Unido, Alemanha, França e Itália, que fazem parte do G-8 (grupo dos países mais ricos do mundo).
Quanto às características físicas ou naturais, a Europa apresenta uma série de particularidades, diante disso apresentamos os principais aspectos do relevo, hidrografia, clima e vegetação
Relevo
O relevo europeu é constituído basicamente por duas unidades de relevo, que são as planícies e os maciços antigos, ocupando especialmente o centro e o norte do continente. Existem também os dobramentos modernos que são compostos por áreas montanhosas, provenientes do pouco tempo de processo erosivo, portanto sofreu pouco desgaste, essa característica é comum desde o sul até a Península Ibérica.
Dentre os dobramentos modernos e de relevo mais elevado os principais são: os Pireneus, ocupa uma área de 450 quilômetros entre os limites territoriais da França com a Espanha, em alguns pontos as altitudes podem atingir 3.000 metros. Os Alpes, ocorre em uma extensão de 1.100 quilômetros e atravessa o território da França, Itália, Alemanha, Suíça e Áustria; e o ponto mais elevado é o Monte Branco com 4.807 metros. Os Apeninos encontram-se na Itália e percorrem o território de norte a sul, em pelo menos 1.500 quilômetros, essa região abriga vulcões sendo que alguns são ativos. Cárpatos ocorre nas terras da Eslováquia, Polônia, Ucrânia e Romênia e o Cáucaso está situado entre o Mar Negro e o Mar Cáspio nos territórios da Rússia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão.
Hidrografia
Em razão da composição climática existente na Europa, os rios presentes no continente são relativamente pequenos quanto a seu curso e volume, apesar das limitações, esses mananciais foram sempre muito importantes para as atividades desenvolvidas na região, especialmente por se tratar de rios navegáveis. Nesse sentido, os rios principais do continente europeu são: rio Reno (1.300 km de extensão) que nasce nos Alpes; Sena (770 km de extensão), sua nascente está localizada ao sudeste de Paris; Ródano (800 km de extensão), nascente nos Alpes suíços; Volga (3.531 km de extensão), nasce a noroeste de Moscou e Danúbio (mais de 2.800 km de extensão), nasce nos Alpes alemães.
Clima
A Europa está localizada na zona temperada da Terra, dessa forma, apresenta climas de temperaturas mais amenas, dentre as particularidades de cada região podem ser identificados diversos tipos de climas, sendo que os principais são:
Clima de montanha: ocorre especialmente em áreas de relevo de grandes altitudes, como os Alpes e Pireneus, nessas áreas as chuvas são bem distribuídas durante todo o ano, essas se desenvolvem de forma mansa e rápida, os invernos são extensos e rigorosos, constituídos por nevadas e geadas.
Temperado oceânico: é formado por um elevado índice pluviométrico, especialmente na primavera e no inverno, e temperaturas amenas.
Temperado continental: ocorre no centro e leste da Europa, as chuvas desenvolvem com menos incidência que no temperado oceânico e amplitudes térmicas mais elevadas.
Subpolar: predomina em áreas próximas à região ártica, é constituída por duas estações bem definidas, sendo que o inverno é extremamente rigoroso e longo, com temperaturas que atingem -50ºC e verão com período bastante restrito, com temperaturas que variam entre 16ºC e 21°C.
Mediterrâneo: esse tipo de clima é típico do sul da Europa com verões quentes e invernos mais amenos em relação a outras regiões do continente, nesse há duas estações bem definidas, seca no verão e chuvosa no inverno.
Vegetação
A composição vegetativa da Europa é variada em razão dos diferentes solos e climas, desse modo, podem ser identificados diversos tipos de vegetaões, dentre elas estão:
Tundra: essa cobertura vegetal é comum em regiões de clima subpolar, vegetação constituída por musgos, gramíneas, arbustos e liquens, flora proveniente da junção de fungos e algas.
Floresta conífera: composição vegetativa constituída por pinheiros em áreas do sul.
Floresta temperada: é composta por pinheiros, além de árvores como a faia e o carvalho, esses vegetais têm característica de perder as folhas no inverno, conhecidos por floresta caducifólia.
Estepes: vegetação composta por herbáceas ou gramíneas provenientes dos solos férteis.
Vegetação mediterrânea: é composta por xerófilas, plantas típicas de regiões secas, tais como maquis e garrigues.
Países e Territórios
A seguir é apresentada a lista dos países independentes da Europa e suas respectivas capitais, além dos territórios existentes no continente.
Países independentes
Albânia (Tirana) |
Luxemburgo (Luxemburgo)
Territórios dependentes Ilhas Feroe [dep. Dinamarca] |
A distribuição da população no espaço geográfico europeu
A Europa é o segundo menor continente do planeta, além disso, o seu território é bastante fragmentado, ou seja, é dividido em 48 países. Somando a população de todos esses, o total é de aproximadamente 750 milhões de habitantes; levando em conta o território limitado do continente pode-se afirmar que o mesmo é bastante povoado, apresenta uma densidade demográfica de 72 hab./Km2.
A população europeia tem sua origem ligada etnicamente a diferentes povos, especialmente: anglo-saxões, escandinavos, eslavos, germânicos e latinos. Embora existam países cuja população tem sua origem a partir da miscigenação entre os grupos humanos citados.
O cristianismo (católicos, protestantes e ortodoxos) é a religião praticada pela maioria da população europeia, que se encontra distribuída de maneira irregular no território. Existem áreas em que a concentração é muito elevada, com mais de 300 hab./km2, e em outras apresentam uma densidade demográfica inferior a 1 hab./km2.
A porção da Europa mais povoada localiza-se no centro-ocidental, região que se destaca especialmente pela produção industrial e comercial. A região abriga países como Itália, Países Baixos, França, Reino Unido e Alemanha.
Ao norte do continente, região de proximidade com o círculo polar Ártico, o povoamento é muito restrito, condição imposta pelo clima extremamente frio.
Dentre os países mais populosos da Europa, a Rússia ocupa o primeiro lugar, com cerca de 144 milhões de habitantes; logo depois vem a Alemanha (82 milhões), França (59 milhões), Reino Unido (59 milhões), Itália (57 milhões), Ucrânia (49 milhões) e Espanha (39 milhões). A maior densidade demográfica da Europa pertence à Holanda, com cerca de 470 hab./km2.
A população da Europa está envelhecendo
A Europa, chamada de velho continente, parece que transferiu esse nome para sua população, tendo em vista que a população europeia está envelhecendo. Resultado da elevação da expectativa de vida, que hoje é de 77 anos, aliado ao baixo índice de natalidade.
As taxas de crescimento natural ou vegetativo se encontram em um estágio de queda. Esse fato não havia ocorrido na história, exceto por catástrofes como a peste negra e as guerras. O que se percebe nos países europeus são países que apresentam taxas de crescimento vegetativo praticamente inexistentes ou até mesmo negativas. O número de nascimentos dos países europeus não tem superado o número de mortes.
A Itália é um exemplo claro de envelhecimento da população, no país a população com mais de 60 anos supera o número de pessoas com idade inferior a 20 anos. Isso é decorrente, dentre outros fatores, do elevado poder aquisitivo, da urbanização e da nova postura da mulher na sociedade, que se inseriu efetivamente no mercado de trabalho. A mulher moderna busca a qualificação profissional, por isso permanece mais tempo estudando, colocando o casamento e a formação de uma família em segundo plano.
Atualmente, os casais demoram a ter filhos e quase sempre acontece depois dos trinta anos, em alguns casos muitos decidem não ter. Até pouco tempo os países do mundo almejavam uma queda na natalidade em nível global, mas com a queda nas taxas de natalidade e o envelhecimento da população os países têm se preocupado, isso em virtude da superação do número de idosos em relação ao de jovens. Desse modo, a minoria deverá sustentar a maioria, isso produzirá um grande desequilíbrio nas nações, por causa da sobrecarga dos sistemas previdenciários. Outro fator preocupante são as mudanças estruturais nos serviços, como o de saúde, que também fica sobrecarregado, além dos custos elevados no tratamento de doenças crônicas.
Europa Cultural
A Europa, de acordo com os aspectos físicos e sua formação geológica, é considerada por muitos cientistas como um continente que corresponde a uma península da Eurásia, essa significa a união da Ásia e a própria Europa, localizada no hemisfério norte.
A Europa se constitui como continente em razão dos acontecimentos históricos, pois nesse território houve as principais dispersões culturais, políticas e econômicas, que expandiu sua influência em âmbito internacional.
Para uma caracterização dos principais eventos ocorridos na Europa pode-se destacar, principalmente, o colonialismo, a expansão imperialista, as civilizações romana e grega, o Renascimento, a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e surgimento do primeiro bloco econômico do mundo, a partir dos exemplos citados fica claro perceber que a Europa foi e ainda continua sendo o palco das grandes realizações humanas.
A separação cultural ocorreu a partir de duas vertentes, no qual, de um lado está a civilização romana e grega, ambas representantes da parte europeia, do outro lado os representantes asiáticos, árabes, hindus e chineses. Essa foi uma separação de valor cultural e nem tanto físico, pois o que foi levado em conta foram as disparidades culturais, religiosas e econômicas, singulares a cada grupo.
Atualmente, com o estágio avançado que se encontra a Globalização, o Ocidente tem promovido grande influência no Oriente, algo que ocorria raramente no século XIX.
Apesar da imensa distribuição de cultura e conhecimento da Europa para o mundo, realmente quem emergiu cultura para os dois continentes saíram todos do Oriente como, por exemplo, o cristianismo, o alfabeto entre outros.
O domínio europeu no mundo teve início durante os séculos XV e XVI, por meio da busca da expansão de seu território, isso foi possível através das grandes navegações, no qual se fazia necessário extrair riquezas em outros continentes para suprir as necessidades do mercado em constante expansão, uma vez que crescia o número da população.
Por terem desenvolvido os aspectos político e cultural em âmbito interno, conseguiu implantar sobre os outros povos domínio, pois detinham conhecimento em ciências, estratégia militar e tecnologias.
Justamente nesse momento da história que se criaram as expressões “civilizado” e “selvagem”, essas denominações tinham como finalidade principal diferenciar a cultura greco-romana chamadas também de civilizações clássicas e europeizadas.
No entanto, essa distinção entre dois grupos atualmente pode ser identificada, basta observar o grupo de países mais ricos do mundo, salvo Estados Unidos e Japão, todos são europeus.
Na concepção europeia, o restante do mundo se limita a um “canteiro” de exploração econômica, ambiental e social, mão de obra e mercado consumidor. As grandes metrópoles ocidentais europeias apresentam obras com grande quantidade de ouro e prata, adquiridas a custa do trabalho de escravos e nativos provenientes da exploração das colônias, hoje existe uma grande fortuna em pedras preciosas guardadas em instituições financeiras.
Atualmente a União Europeia representa uma ofensiva contra a hegemonia norte-americana que dura desde o declínio do socialismo liderado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas no qual era a única a fazer frente aos EUA.
Europa Regional
O continente europeu não possui características homogêneas, pois as disparidades se apresentam em diversos aspectos como paisagens naturais, clima, política e cultura. O continente possui várias maneiras de ser regionalizado, uma delas é classificando em Europa Ocidental e Oriental.
Alguns estudiosos no assunto, através das análises espacial, econômica e cultural, realizam uma classificação do continente em quatro áreas distintas no qual se enquadram a Europa Ocidental, Setentrional, Centro-Oriental e Meridional.
A regionalização antes e, principalmente, depois da Segunda Guerra Mundial gerou uma fronteira abstrata, isso significa o surgimento de uma barreira ideológica entre dois grupos de países que compõem o mesmo continente, de um lado os aliados dos Estados Unidos (capitalista) e do outro lado os que apoiam a União Soviética (socialista), consolidando de vez a Europa Ocidental e Oriental.
Com o declínio da URSS, e também do socialismo, surgiram diversas repúblicas autônomas que compunham o território soviético, no entanto, a independência não garantiu uma inserção eficaz na economia de mercado provenientes da herança do sistema produtivo da economia planificada que vigorava na URSS, que não conseguiu acompanhar as outras economias.
A Europa setentrional encontra-se localizada no extremo norte do continente, essa área possui o clima mais frio de todo território europeu, os países localizados nessa parte da Europa são: Noruega, Suécia (península escandinava), Dinamarca, além das novas Repúblicas da ex-União Soviética: Letônia e Lituânia, Finlândia. Esses países têm na pesca e extração de madeira as principais atividades econômicas, essa restrição é decorrente das condições climáticas que comprometem, por exemplo, a produção agrícola.
A Europa Centro-Oriental se constitui sobre o grupo de países da ex-União Soviética que tiveram sua independência, essas possuem culturalmente uma grande complexidade e diversidade étnico-cultural, como por exemplo, República Tcheca, Polônia e Hungria, além de Ucrânia, Geórgia e Azerbaijão.
A Europa Meridional é banhada pelo mar Mediterrâneo, localizada na Península Ibérica. Nessa região está presente Portugal, Espanha e Grécia, que durante grande parte da história foram centros de dispersão de culturas.
Portugal e Espanha foram responsáveis por desvendar os continentes da África e, principalmente, a América do Sul.
Europa: um grande consumidor de matéria-prima
A Europa é o berço da Revolução Industrial, que ocorreu por volta do século XIX na Inglaterra; para abastecer a crescente indústria os países europeus saíram em busca de recursos naturais (matéria-prima). O continente também explorou efetivamente seus recursos internos.
A quantidade de recursos naturais contida no continente é restrita, isso implica numa dependência em relação à matéria-prima de outros países. No entanto, essa dependência não traz grandes problemas.
O que se vê na contemporaneidade é um grande interesse de países subdesenvolvidos que buscam incessantemente comercializar os seus recursos, promovendo uma competitividade elevada entre diversas nações. A grande oferta resulta em diminuição dos preços praticados no mercado internacional, o que comprova a lei da oferta e da procura. Além disso, existe outro atrativo para quem compra: a melhor qualidade da matéria-prima colocada no mercado, esse fato desestimula a produção primária de recursos minerais por parte dos países industrializados. Desse modo, esses países preferem adquirir matéria-prima de qualidade com preço baixo do que extraí-las em seus territórios.
Pequenos países europeus
A Europa possui extensão territorial de 10,3 milhões de quilômetros quadrados, sendo dividida em 49 países. Muitos países desse continente possuem área inferior a vários estados do Brasil. Algumas dessas nações são denominadas miniestados, pois apresentam pequenas extensões territoriais e reduzidos contingentes populacional.
Mônaco, Andorra, San Marino, Malta, Liechtenstein e Vaticano são os menores e menos populosos países europeus. O Vaticano, por exemplo, é o menor país do mundo, cuja área é de apenas 0,44 km². Andorra, o maior desses miniestados, possui extensão territorial de 453 km², correspondendo a menos de um terço da cidade de São Paulo (1.523 km²). Uma característica comum entre esses países é o super povoamento, apresentando as mais altas densidades demográficas (população relativa) do planeta.
Apesar de possuírem reduzida área, esses países detêm de alto índice de desenvolvimento econômico e social. Os habitantes desses pequenos países da Europa desfrutam de excelente padrão de vida.
O turismo é bastante intenso nessas nações, em especial no Vaticano (sede da Igreja Católica Apostólica Romana), Andorra (estações de esqui), Mônaco e San Marino. Liechtenstein se destaca pela atividade industrial; Malta, por sua vez, tem a economia baseada no setor industrial e nos serviços financeiros.
Dados geográficos dos pequenos países europeus:
Andorra
Extensão territorial: 453 km².
População: 82.180 habitantes.
Densidade demográfica: 181,4 hab/km².
Liechtenstein
Extensão territorial: 160 km².
População: 35.010 habitantes.
Densidade demográfica: 218,8 hab/km².
Malta
Extensão territorial: 316 km².
População: 408.712 habitantes.
Densidade demográfica: 1.293 hab/km².
Mônaco
Extensão territorial: 2 km².
População: 32.020 habitantes.
Densidade demográfica: 16.010 hab/km².
San Marino
Extensão territorial: 61 km².
População: 31.359 habitantes.
Densidade demográfica: 514 hab/km².
Vaticano
Extensão territorial: 0,44 km².
População: 826 habitantes.
Densidade demográfica: 1.877 hab/km².