Clima

O Brasil possui uma grande variedade de climas, devido ao seu território extenso (8,5 milhões de km2), à diversidade de formas de relevo, à altitude e dinâmica das correntes e massas de ar. Cerca de 90% do território brasileiro localiza-se entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, motivo pelo qual usamos o termo "país tropical". Atravessado na região norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, a maior parte do Brasil situa-se em zonas de latitudes baixas, nas quais prevalecem os climas quentes e úmidos, com temperaturas médias em torno de 20 ºC.

Os tipos de clima

A classificação de um clima depende de diversos fatores, como a temperatura, a umidade, as massas de ar, a pressão atmosférica, as correntes marítimas e ventos, entre outros. A classificação mais utilizada para os diferentes tipos de clima do Brasil assemelha-se à criada por Arthur Strahler, se baseando na origem, natureza e movimentação das correntes e massas de ar.

 

Sabe-se que as massas de ar que interferem mais diretamente são a equatorial (continental e atlântica), a tropical (continental e atlântica) e a polar atlântica. Dessa forma, são verificados no país desde climas superúmidos quentes, provenientes das massas equatoriais, como é o caso de grande parte da região Amazônica, até climas semi-áridos muito fortes, próprios do sertão nordestino. Temos então, como principais tipos climáticos brasileiros:

  • Subtropical
  • Semi-árido
  • Equatorial úmido
  • Equatorial semi-úmido
  • Tropical
  • Tropical de altitude

 

 

 

Clima subtropical

As regiões que possuem clima subtropical apresentam grande variação de temperatura entre verão e inverno, não possuem uma estação seca e as chuvas são bem distribuídas durante o ano. É um clima característico das áreas geográficas a sul do Trópico de Capricórnio e a norte do Trópico de Câncer, com temperaturas médias anuais nunca superiores a 20ºC. A temperatura mínima do mês mais frio nunca é menor que 0ºC.

 

Clima semi-árido

O clima semi-árido, presente nas regiões Nordeste e Sudeste, apresenta longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano. As temperaturas são altas o ano todo, ficando em torno de 26 ºC. A vegetação típica desse tipo de clima é a caatinga.

 

Clima equatorial úmido

Este tipo de clima apresenta temperaturas altas o ano todo. As médias pluviométricas são altas, sendo as chuvas bem distribuídas nos 12 meses, e a estação seca é curta. Aliando esses fatores ao fenômeno da evapotranspiração, garante-se a umidade constante na região. É o clima predominante no complexo regional Amazônico.

 

Clima equatorial semi-úmido

Em uma pequena porção setentrional do país, existe o clima equatorial semi-úmido, que também é quente, mas menos chuvoso. Isso ocorre devido ao relevo acidentado (o planalto residual norte-amazônico) e às correntes de ar que levam as massas equatoriais para o sul, entre os meses de setembro a novembro. Este tipo de clima diferencia-se do equatorial úmido por essa média pluviométrica mais baixa e pela presença de duas estações definidas: a chuvosa, com maior duração, e a seca.

 

Clima tropical

Presente na maior parte do território brasileiro, este tipo de clima caracteriza-se pelas temperaturas altas. As temperaturas médias de 18 °C ou superiores são registradas em todos os meses do ano. O clima tropical apresenta uma clara distinção entre a temporada seca (inverno) e a chuvosa (verão). O índice pluviométrico é mais elevado nas áreas litorâneas.

 

Clima tropical de altitude

Apresenta médias de temperaturas mais baixas que o clima tropical, ficando entre 15º e 22º C. Este clima é predominante nas partes altas do Planalto Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo centro de São Paulo, centro-sul de Minas Gerais e pelas regiões serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. As chuvas se concentram no verão, sendo o índice de pluviosidade influenciado pela proximidade do oceano.

 

Região Norte: A maior parte da região apresenta clima equatorial. Caracteriza-se pelo clima quente, com temperaturas médias anuais variando entre 24º e 26 ºC. Na foz do rio Amazonas, no litoral do Pará e no setor ocidental da região, o total pluviométrico anual geralmente excede os 3.000 mm. De Roraima até o leste do Pará as chuvas ocorrem com menor freqüência, ficando em torno de 1.500 a 1.700 mm anuais. O período chuvoso da região ocorre nos meses de verão/outono, com exceção de Roraima e parte do Amazonas, onde as chuvas ocorrem mais no inverno.

 

Região Nordeste: É uma região de caracterização climática complexa. O clima equatorial úmido está presente em uma pequena parte do estado do Maranhão, na divisa com o Pará; o clima litorâneo úmido ocorre no litoral da Bahia ao do Rio Grande do Norte; o clima tropical está presente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí; e o clima tropical semi-árido ocorre em todo o sertão nordestino. Quanto ao regime térmico, na região nordeste as temperaturas são elevadas, com médias anuais entre 20º e 28 ºC, sendo que já foram registradas máximas em torno de 40 ºC no Piauí e no sul do Maranhão. Os meses de inverno apresentam mínimas entre 12º e 16 ºC no litoral, e inferiores nos planaltos, sendo que já foi registrado 1 ºC na Chapada da Diamantina. As chuvas são fonte de preocupação na região, variando de 2.000 mm até valores inferiores a 500 mm anuais. A precipitação média anual é inferior a 1.000 mm. Além disso, no sertão nordestino o período chuvoso normalmente dura apenas dois meses no ano, podendo eventualmente até não existir, causando as secas.

 

Região Centro-Oeste: O clima da região é tropical semi-umido, com frequentes chuvas de verão. Nos extremos norte e sul da região, a temperatura média anual é de 22 ºC e nas chapadas varia de 20º a 22 ºC. Na primavera/verão, são comuns temperaturas elevadas, sendo que a média do mês mais quente varia de 24º a 26 ºC. A média das máximas do mês mais quente oscila entre 30º e 36 ºC. No inverno, em virtude da invasão polar, é comum a ocorrência de temperaturas mais baixas. No mês mais frio, a temperatura média oscila entre 15º e 24ºC, enquanto a média das mínimas fica entre 8º a 18ºC. A pluviosidade média é de 2.000 a 3.000 mm anuais ao norte de Mato Grosso, enquanto no Pantanal mato-grossense é de 1.250 mm. Apesar disso, a região centro-oeste é bem provida de chuvas, sendo que mais de 70% do total de chuvas ocorrem de novembro a março, o que torna o inverno bastante seco.

Região Sudeste: Nesta região, as características climáticas mais fortes são de clima tropical. No litoral, predomina o clima tropical atlântico e, nos planaltos, o tropical de altitude, com geadas ocasionais. Existe ainda uma grande diversificação no que diz respeito à temperatura. No limite de São Paulo e Paraná, a temperatura média anual situa-se entre 20 ºC, enquanto ao norte de Minas Gerais a média é 24 ºC, e nas áreas mais elevadas das serras do Espinhaço, Mantiqueira e do Mar, a média pode ser inferior a 18 ºC, devido ao efeito conjugado da latitude com a freqüência das correntes polares. No verão, são comuns médias das máximas de 30 a 32 ºC. No inverno, a média das temperaturas mínimas varia de 6º a 20 ºC, com mínimas absolutas de -4 a 8 ºC. Em relação à pluviosidade, a altura anual da precipitação nessas áreas é superior a 1.500 mm, chegando a 2.340 mm no alto do Itatiaia e 3.600 mm na serra do Mar, em São Paulo. Os menores índices pluviométricos anuais são registrados nos vales dos rios Jequitinhonha e Doce, em torno de 900 mm.

Região Sul: Com exceção do norte do Paraná, onde predomina o clima tropical, nesta região o clima predominante é o subtropical, responsável pelas temperaturas mais baixas do Brasil. Na região central do Paraná e no planalto serrano de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, o inverno costuma registrar temperaturas abaixo de zero, com o surgimento de geada e até de neve em alguns municípios. A temperatura média anual situa-se entre 14 e 22 ºC, sendo que nos locais com altitudes acima de 1.100 m, cai para aproximadamente 10 ºC. A média das máximas mantém-se em torno de 24 a 27 ºC nas superfícies mais elevadas do planalto e, nas áreas mais baixas, entre 30 e 32 ºC. No inverno, a temperatura média oscila entre 10 e 15 ºC na maior parte da região. A média das máximas também é baixa, em torno de 20 a 24 ºC nos grandes vales e no litoral, e 16 a 20 ºC no planalto. A média das mínimas varia de 6 a 12 ºC, sendo comum o termômetro atingir temperaturas próximas de 0 ºC até índices negativos, devido à invasão das massas polares. Em relação à pluviosidade, a média anual oscila entre 1.250 e 2.000 mm, exceto no litoral do Paraná e oeste de Santa Catarina, onde os valores são superiores a 2.000 mm, e no norte do Paraná, com valores inferiores a 1.250 mm.

Factores climáticos

Os factores climáticos são os elementos naturais e humanos capazes de influenciar as características ou a dinâmica de um ou mais tipos de climas. Para que sejam compreendidos, precisam ser estudados de forma interdisciplinar pois um interfere no outro. São eles:

  • Pressão atmosférica - variações históricas das amplitudes de pressões endógenas (magma) e exógenas (crosta) do planeta Terra;
  • Órbita - mudanças cronológicas (geológicas e astrofísicas) nas posições das órbitas terrestres (em graus, minutos, segundos, décimos, centésimos e milésimos de segundos) ocasionam maiores ou menores graus de insolação que modificam as variadas ações calorimétricas (ora incidentes ou deferentes) no planeta Terra (dificilmente perceptíveis aos humanos);
  • Latitude - distância em graus entre um local até a linha do equador;
  • Altitude - a distância em metros entre uma cidade localizada em um determinado ponto do relevo até o nível do mar (universalmente considerado como o ponto ou nível médio em comum para medidas de altitudes);
  • Maritimidade - corresponde à proximidade de um local com o mar;
  • Continetalidade - corresponde à distância de um local em relação ao mar, permitindo ser mais influenciado pelas condições climáticas provenientes do próprio continente;
  • Massas de ar - parte da atmosfera que apresenta as mesmas características físicas (temperatura, pressão, umidade e direção), derivadas do tempo em que ficou sobre uma determinada área da superfície terrestre (líquida ou sólida);
  • Correntes marítimas - grande massa de água que apresenta as mesmas características físicas (temperatura, salinidade, cor, direção, densidade) e pode acumular uma grande quantidade de calor e, assim, influenciar as massas de ar que se he sobrepõem;
  • Relevo - presença e interferências de montanhas e depressões nos movimentos das massas de ar;
  • Vegetação - emite determinadas quantias de vapor de água, influenciando o ciclo hodrológico de uma região.

 

 

Clima tropical é a designação dada aos climas das regiões intertropicais caracterizados por serem megatérmicos, com temperatura média do ar em todos os meses do ano superior a 18 °C, não terem estação invernosa e terem precipitação anual superior à evapotranspiração potencial anual.

Nas regiões de clima tropical a amplitude térmica diária é maior que a amplitude térmica anual da temperatura média, isto é, entre o mês mais quente e o mês mais frio do ano.

Os climas tropicais constituem a classe A da classificação climática de Koppen-Geiger , a mais conhecida em geografia e ecologia, sendo subdivididos da seguinte maneira:

  • Af (clima equatorial, tropical de floresta ou equatorial húmido) — A precipitação média mensal é superior a 60mm em todos os meses do ano. Estes climas são típicos de regiões próximas do equador, não tendo estações do ano. As regiões que apresentam este clima tem em geral fraca variabilidade da precipitação ao longo do ano, mas podem ocorrer dois máximos de precipitação, coincidentes com o período em que a Zona de Convergência Intertropical e a célula de Hadley associada estão centradas sobre a região durante a sua oscilação latitudinal anual. São exemplos de cidades sitas em regiões com este clima: Singapura, Belém do Pará e Cabinda.
  • Aw/As (clima tropical de estações húmidas e seca, tropical de savana, tropical com estação seca ou equatorial seco) — Grupo de climas megatérmicos com uma estação seca em que a precipitação média mensal é inferior a 60 mm em pelo menos um mês por ano. São exemplos de cidades sitas em regiões com este clima: Honolulu, Veracruz (no México) e Towsville (na Austrália). Estes climas subdividem-se em dois grupos:
    • Aw — a estação seca ocorre durante a época de Sol mais baixo e dias mais curtos (daí Aw, em que w é de winter, Inverno em inglês).
    • As — a estação seca ocorre durante a época de Sol mais alto e dias mais longos (daí As, em que s é de summer, Verão em inglês).
  • Am (clima tropical de monção ou clima monçónico) — Climas com pelo menos um mês com precipitação inferior a 60 mm, caracterizados pela existência de monções às quais se associa o período de máxima precipitação. Nalguns casos, a quase totalidade da precipitação anual está concentrada no período em que sopra a monção. Este tipo de clima, mais comum no sul da Ásia e leste da África, resulta dos ventos de monções que mudam de direcção de acordo com a estação do ano. São exemplos de cidades sitas em regiões com este clima: Bangalore (na Índia), Mombaça (no Quénia) e Colombo (no Sri Lanka).

O clima subtropical é característico (mas não exclusivo) das áreas geográficas a sul do Trópico de Capricónio e a norte do Trópico de Câncer, com temperaturas médias anuais nunca superiores a 20 °C e em que a temperatura mínima do mês mais frio nunca é menor que 0 °C.


Clima equatorial é dos tipos climáticos das regiões intertropicais utilizado no sistema de classificação do clima de Koppen, no qual é denotado pelo grupo Af, para classificar o clima das zonas geográficas caracterizadas pela elevada temperatura média  do ar; entre 24º C e 27º C, com média mensal sempre superior a 18º C e pela alta pluviosidade (superior 2 000 mm de precipitação total anual e precipitação média mensal superior a 60 mm em todos os meses do ano). A generalidade das regiões de clima equatorial encontram-se concentradas numa faixa de 5º de latitude em torno da linha do Equador, razão que justifica a atribuição da designação de equatorial dada ao tipo. A dinâmica da atmosfera nestas regiões é dominada pela presença da Zona de Convergêcia Intertropical e pelo predomínio de fenómenos do tipo convectivo, produzindo precipitação intensa em geral associada a trovoadas durante o período mais quente do dia (início da tarde). As elevadas temperaturas asseguram uma elevada evapotranspiração.

A convergência dos ventos alíseos, a elevada evaporação e as altas temperaturas, assegurando humidades absolutas elevadas, permitem o transporte atmosférico de grandes massas de vapor de água, assegurando que mesmo nas regiões continentais afastadas dos oceanos a humidade relativa do ar se mantêm elevada e a capacidade de geração de precipitação convectiva é elevada durante todo o ano. Nestas regiões é comum a precipitação média anual situar-se entre 3 000 e 3 500 mm anuais, na sua quase totalidade de origem convectiva resultantes da presença sobre a região da célula de Hadley.

Em consequência, nas regiões de clima equatorial não existe uma estação seca definida e a temperatura do ar é elevada durante o ano inteiro, com uma amplitude térmica anual inferior a 4º C e uma amplitude térmica diária inferior a 10º C.


O clima mediterânico é um tipo de clima temperado com estação seca no verão. Ocorre na Europa Meridional, no sudoeste da Austrália, na Califórnia, no sudoeste da África do Sul e no centro do Chile. O verão nessas regiões é quente e seco, e o inverno é instável e húmido.


O clima temperado caracteriza regiões cuja temperatura varia regularmente ao longo do ano, com a média acima de 10 °C, nos meses mais quentes e entre -3º e 18 °C, nos meses frios. Possuem quatro estações bem definidas: um verão relativamente quente, um outono com temperaturas gradativamente mais baixas com o passar dos dias, um inverno frio, e uma primavera, com temperaturas gradativamente mais altas com o passar dos dias. A humidade depende da localização e condições geográficas de uma dada região.

Nas regiões dos oceanos localizadas em regiões de climas temperados, diz-se que possuem águas temperadas.


Clima oceânico, também por vezes chamado clima temperado marítimo (Cfb, Cwb e Cfc), é um tipo de  clima que ocorre em regiões afastadas das grandes massas continentais e nas margens ocidentais situadas nas latitudes médias e altas.

Nas regiões com clima oceânico as chuvas são abundantes e bem distribuídas ao longo de todo o ano, sendo o verão bastante fresco e (h)úmido.


Clima continental é um tipo de clima.

Esses climas apresentam temperatura média acima de 10 °C nos meses de maior calor, e a média do mês mais frio é abaixo de -3 °C (ou 0 °C em algumas versões). Normalmente ocorrem no interior dos continentes, ou em suas costas orientais, ao norte da latitude 40º Norte. Climas do Grupo D não existem no Hemisfério Sul, devido à massa menor de terras. A segunda e terceira letras são usadas como nos climas do Grupo C, enquanto uma terceira letra do D indica 3 ou menos meses com temperaturas médias acima de 10 °C e uma temperatura no mês mais frio abaixo de -38 °C.

Climas do Grupo D se subdividem do seguinte modo:


Clima alpino é um clima existente numa região situada a uma altitude acima da linha das árvores.

Este clima é mais frio nas áreas elevadas, pois os raios do sol não aquecem a atmosfera diretamente, ela é aquecida pelo calor da superfície, que irradia o calor recebido do sol. A taxa média seca do lapso é menos 10°C por quilômetro da elevação ou da altura.

Esta taxa é somente aproximada, entretanto, desde que os fatores locais tais como a proximidade aos oceanos, massas de ar atuantes, etc. sejam outros podemos ter o clima modificado.


O clima polar (ou clima glacial) ocorre nas costas eurasianas do Ártico, na Groenlândia, ao norte do Canadá, no Alasca e na Antártida.

As temperaturas médias são muito baixas e ficam em torno de -30ºC. No verão chegam aos -10 °C e no inverno podem alcançar os -50°C, sendo que na Antártida o inverno é totalmente inóspito com temperaturas que podem chegar a -87°C ou até mais baixas no interior do continente. São regiões de ventos intensos e que ficam cobertas de gelo neve durante todo o ano, com exceção das faixas litorâneas onde uma vegetação de tundra aparece durante o curtíssimo verão. No inverno há dias em que o Sol não nasce, e certos dias no verão ele não se põe.(Sol da meia-noite) Também é um clima que apresenta altas amplitudes térmicas diárias e anuais.

O índice pluviométrico é muito baixo, abaixo de 2mm anuais, que se produzem em forma de neve e ocorrem principalmente no verão.


Os Climas secos (áridos e semiáridos) são caracterizados pelo facto da precipitação (volume de chuvas) ser menor do que a taxa de evaporação e transpiração. O limiar é determinado da seguinte forma:

  • Para encontrar o limiar de precipitação (em milímetros), multiplica-se a temperatura anual média em °C por 20, acrescentar então 280 se 70% ou mais da precipitação total ocorrer na metade do ano de sol alto (de Abril a Setembro no Hemisfério Norte, ou de Outubro a Março no Hemisfério Sul), 140 se 30%-70% da precipitação total for recebida durante o período aplicável, ou 0 se menos de 30% da precipitação total for recebida nesse período.

Se a precipitação anual for menos de metade do limiar do Grupo B, será classificado como BW (clima desértico) - se for inferior ao limiar mas superior a metade deste, será classificado como BS (clima de estepe).

Pode-se incluir uma terceira letra para indicar a temperatura. Inicialmente, h significava um clima de latitude baixa (temperatura média anual acima dos 18 °C) ao passo que k significa um clima de latitude mediana (temperatura média anual inferior a 18 °C), mas a prática mais comum hoje em dia (especialmente nos Estados Unidos) é a utilização de h para significar que o mês mais frio tem um tempreatura média superior a 0 °C (32 °F), e de k para significar que pelo menos um dos meses tem uma temperatura média abaixo de 0 °C. Exemplos:

Algumas áreas de deserto, situadas ao longo das costas ocidentais dos continentes em zonas tropicais ou semi-tropicais, são caracterizadas por temperaturas mais baixas do que as que se podem encontrar em outros locais em latitudes comparáveis (devido à vizinhança de correntes oceanicas frias) e por nevoeiro e nuvens baixas frequentes. Isto apesar do facto de se contarem entre os locais mais secos à face da Terra em termos de precipitação recebida própriamente dita. Este clima é por vezes rotulado como BWn e podem-se encontrar exemplos em Lima, Peru e em Walvis Bay, Namíbia.

O clima semiárido é um tipo de clima caracterizado pela baixa umidade e pouco volume pluviométrico. Na classificação mundial do clima, o clima semiárido é aquele que apresenta precipitação de chuvas média entre 300 mm e 800 mm.


As principais características do clima desértico são: a pequena quantidade de chuvas e a grande amplitude térmica. Ocorre tanto em áreas tropicais como em áreas temperadas: norte da África (Saara), Oriente Médio (Neguev), oeste dos EUA e norte do México (Sonora), litoral do Chile e do Peru (Atacama), Austrália (Gibson), sudoeste da África (Kalahari) e noroeste da Índia (Tar). Clima desértico também pode ser conhecido como clima árido.

Clima quente e muito seco, com índices pluviométricos inferiores a 250mm anuais. Devido à aridez, de dia a temperatura chega a 45 °C e a noite -5 °C.

Clima desértico geralmente ocorre em latitudes entre 15° e 30º e é caracterizado pela baixa pluviosidade que dá aos locais de clima desértico sua fisionomia característica, com solo árido e flora esparsa e seca.

O clima desértico pode ser dividido em duas categorias diferentes de acordo com a amplitude térmica e a localização que conferem características diferentes aos dois climas: o clima desértico quente e o clima desértico frio.

Seja qual for, o clima desértico apresenta alta amplitude térmica tanto anual quanto diurna. Ou seja, por se localizarem em regiões de alta pressão a insolação durante o dia é muito intensa o que eleva a temperatura facilmente, chegando a até 50 °C em alguns lugares. Durante a noite ocorre o inverso. O calor irradia muito rápido e a temperatura cai drasticamente. Mas com uma diferença, nas regiões desérticas quentes a temperatura nunca fica abaixo de 0 °C, já nas frias, pode ficar abaixo de 0 °C a qualquer momento, podendo até nevar.

Outra diferença entre os climas desérticos quentes e frios é a localização. Os primeiros são encontrados geralmente na costa ocidental dos continentes chegando até o litoral (mas nunca até o litoral oriental), enquanto que o frio é encontrado apenas no interior dos continentes em regiões limitadas por altas montanhas

O clima desértico quente é encontrado nas regiões: Norte do México, Norte da África (Deserto do Saara), Sudoeste dos EUA, Arábia, Irã, Paquistão, interior da Austrália, Sudoeste da África do Sul, litoral do Peru e Chile.

O clima desértico frio é encontrado na: Mongólia (deserto de Gobi), Turquestão, na Grande Bacia do Oeste dos EUA e nas Montanhas Rochosas.

 

A dinâmica da Atmosfera

A atmosfera é um dos componentes da biosfera, essa é a parte gasosa composta por vários tipos de gases (78% nitrogênio, oxigênio 21% e apenas 1% de outros gases como gás carbônico e vapor d`água) que envolvem a Terra.

As camadas da atmosfera estão divididas em:

Termosfera e Exosfera: Correspondem à última camada da atmosfera que está na faixa entre 80 e 400 km; a exosfera, camada que está acima da atmosfera, é o lugar onde se concentra uma grande quantidade de íons, responsáveis pela propagação dos sinais de rádio no planeta.
 Mesosfera: Está presente na faixa entre 50 e 80 km de altitude, nela está presente o ozônio, sua temperatura pode atingir 50o negativos.
  Estratosfera: Possui ar rarefeito, muito utilizado pela aviação em razão da pouca resistência do ar, possui temperatura acima de 50o, contém ozônio em sua composição.
  Troposfera: É a primeira camada, onde ocorre o desenvolvimento da vida e formam as nuvens, a temperatura pode cair a -50o.

Aquecimento terrestre

O sol é indispensável para a propagação da vida, mas de todos os raios que entram na atmosfera, apenas 51% chega à superfície terrestre. É como se houvesse uma “filtragem” realizada pela atmosfera, os 49% restante dos raios são absorvidos pelas nuvens e alguns gases.

Essa quantidade de luz vinda do sol, que atinge a superfície terrestre, é chamada de insolação.

A Terra, por ter formato esférico, faz com que os raios solares incidem na superfície terrestre de forma irregular, pois quanto mais próximo da linha do Equador mais os raios atingirão de forma perpendicular e maior será a insolação na superfície, à medida que se afasta da linha do Equador, os raios incidem de forma dispersa.
Os raios que atingem a superfície são absorvidos pelos solos e pelas águas, e depois liberam calor, esse processo é denominado irradiação.