Transporte

A palavra “transporte” vem do latim trans (de um lado a outro) e portare (carregar). Podemos dizer que, em síntese, transporte é o movimento de pessoas ou coisas de um lugar para outro. Os transportes podem se distinguir pela possessão, onde o transporte público é destinado a qualquer pessoa e o privado é restringido somente a quem os adquiriu.
Os transportes contêm três elementos: infra-estrutura, veículos e operações comerciais. Infra-estrutura é a malha de transporte: rodoviária, férrea, aérea, fluvial, tubular, etc. Os veículos são automóveis, bicicletas, ônibus, trens e aeronaves, que utilizam essa malha. As operações são as formas como esses veículos utilizam a rede, como leis, diretrizes, códigos, etc.
Os meios de transporte ainda podem ser divididos em:
- Terrestre: Carros, ônibus, trem, etc.
- Aquático: Navios, canoa, barcos, etc.
- Aéreos: Aviões, helicópteros, balão, etc.
- Tubular: Gasoduto, oleoduto, etc.
Estatística dos tipos de transportes no Brasil (1999)
1º Rodoviário – 61,82%
2º Ferroviário – 19,46%
3º Aquaviário – 13,83%
4º Dutoviário  – 4,58% 
 5º Aéreo         – 0,31%

Ferrovias

O primeiro transporte traçado sobre carris de ferro aconteceu na Inglaterra, em 1801, com vagões levados por cavalos, entre as localidades de Wandsworth e Croydon. Richard Trevithick é considerado o inventor do trem-de-ferro.
A ferrovia é um sistema de transporte baseado em trens ou comboios andando sobre carris previamente dispostos. As ferrovias estão localizadas em sua maior parte, em lugares industrializados, como a Europa, parte da Ásia e em regiões com grande população, como a China e a Índia.
Uma ferrovia possui vastas vantagens em relação a outros meios de transporte por ser o que permite a maior capacidade de transporte de carga e de passageiros. Em muitos países em desenvolvimento, principalmente na África e América Latina, foi escolhido o uso predominante das rodovias ao invés das ferrovias.
No Brasil, as ferrovias representam uma ótima opção de rapidez de escoamento de produção e barateamento de custos, porém não são priorizadas pelo governo. A falta de investimentos e a baixa demanda por vagões e locomotivas, fazem com que a indústria ferroviária esteja com sua produção praticamente parada desde 1991.

 

 

Mapa das ferrovias

 

Fonte: Ministério dos Transportes

 

Hidrovias

Hidrovias são caminhos pré-determinados para o tráfego aquático. É bastante usada em países desenvolvidos para transportes de grandes volumes a longas distâncias, pois é o meio de transporte mais barato que rodovias e ferrovias.

No Brasil, apesar das grandes bacias hidrográficas existentes, as hidrovias não são muito utilizadas. O país optou por transporte rodoviários construindo grandes rodovias paralelas a locais navegáveis que diminuiriam o custo dos transportes.

Grande parte das bacias Amazônica e do Paraguai são perfeitamente navegáveis, mas em alguns trechos há a necessidade de correções para a utilização. Outro fator que contribui para a pouca utilização das hidrovias brasileiras são os custos cobrados por tonelada no embarque e no desembarque que aumenta em cinco vezes o valor dos transportes em relação aos países desenvolvidos.

Em 1980, foram elaborados projetos para o desenvolvimento da navegação fluvial no Brasil, mas somente dez anos depois começaram a trabalhar nestes projetos. O Brasil tem mais de 4.000km de costas navegáveis e milhares de quilômetros de rios, os trechos mais importantes estão no sul e no sudeste do país.

As principais hidrovias são:
Hidrovia Araguaia-Tocantins: Durante as cheias do rio Tocantins, o trecho navegável atinge 1.900km e no rio Araguaia atinge 1.100km.
Hidrovia São Francisco: É a mais econômica ligação entre o centro-oeste e o nordeste sendo totalmente navegável em 1.371 km. O principal trecho está entre as cidades de Pirapora-MG e Juazeiro - BA.
Hidrovia da Madeira: O rio Madeira é um dos principais afluentes do rio Amazonas. Em obras, a hidrovia permitirá a navegação noturna.
Hidrovia Tietê-Paraná: Permite o transporte de grãos e outras mercadorias do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Possui 1.250 km navegáveis divididos em 450 km no rio Tietê e 800 km no rio Paraná.
Hidrovia Taguari-Guaíba: É a principal hidrovia em cargas transportadas. Possui terminais intermodais que facilitam o transbordo da carga.

 

 

Mapa das hidrovias

 


Fonte: Ministério dos Transportes

Transporte ferroviário

Transporte ferroviário é um tipo de deslocamento que ocorre por meio de vias férreas, transportando, dentre outros, pessoas e cargas. Esse meio de transporte é um dos mais antigos, seu surgimento está ligado diretamente com a Primeira Revolução Industrial, acontecimento histórico que sucedeu na Europa no final do século XVIII e início do século XIX.
Essa revolução ficou marcada por duas importantes inovações tecnológicas, a invenção da máquina têxtil e a locomotiva, ambas movidas a vapor. A locomotiva revolucionou o jeito de transportar matérias-primas e mercadorias, por ser capaz de carregar um elevado número de toneladas ao mesmo tempo.
As primeiras locomotivas eram lentas (cerca de 70 km/h), hoje os modernos trens alcançam velocidades representativas, podem atingir até 250 km/h. Até o começo do século XX o trem era o transporte mais veloz.
O transporte ferroviário tem seu uso difundido em todos os continentes, no entanto, vem perdendo espaço gradativamente. Seu uso é recomendado para transporte de cargas pesadas, como minérios, produtos siderúrgicos, agrícolas, fertilizantes e etc.
As principais deficiências do transporte ferroviário estão na incapacidade de percorrer superfícies acidentadas e o fato de não poder conduzir mercadorias até os centros consumidores, isso porque segue sempre um caminho definido (trilhos).
Apesar de transportar um elevado volume de cargas por longas distâncias, o transporte ferroviário tem um alto custo na construção e manutenção das vias férreas.
Dentre os países que mais utilizam as ferrovias estão os Estados Unidos e a Rússia, ambos transportam grande parte das cargas por vias férreas. Na parte da Europa Ocidental, esse tipo de transporte dispõe de grande tecnologia, sendo usado efetivamente na locomoção de pessoas e cargas.
Em geral, o volume de cargas e a quantidade de quilômetros da malha ferroviária estão diminuindo gradativamente para dar lugar ao transporte rodoviário.

Transporte rodoviário

Transporte rodoviário é um tipo de transporte realizado em estradas, rodovias e ruas, que podem ser pavimentadas ou não. O transporte em questão movimenta mercadorias, matérias-primas, animais, pessoas e muitos outros.
Nesse tipo de transporte são usados veículos automotores, como carros, ônibus e caminhões.
As primeiras rodovias surgiram no final do século XIX, substituindo as estradas de carruagens. Porém, o desenvolvimento efetivo do transporte rodoviário ocorreu no século XX, em decorrência do crescimento da indústria automobilística, um dos símbolos do capitalismo, superando rapidamente o transporte ferroviário no deslocamento de pessoas e cargas.
Apesar de sua importância, apresenta elevados custos, principalmente se comparado com outros tipos de transportes, como o hidroviário e o ferroviário, por exemplo. Isso se deve aos altos valores pagos pelo petróleo, incluindo ainda a manutenção periódica do veículo (pneus, revisões, motor, entre outros).
A construção e a manutenção das vias por onde os veículos transitam requerem elevados recursos financeiros, principalmente quando o relevo da região é acidentado. Nesse caso, é indispensável a execução de complexas obras de engenharia, como a construção de túneis, viadutos, pontes, aterros, entre outros.
O meio de transporte em questão é recomendado para percorrer pequenas distâncias, tendo em vista que é bastante dinâmico e ágil, as rodovias possibilitam buscar alternativas de rotas, fator que não acontece em outros meios, como o ferroviário, por exemplo. 
O  transporte rodoviário é o mais usado em vários países do mundo. Na União Europeia, seu uso é bastante difundido, além disso, tem apresentado um crescimento em relação à quantidade de toneladas de cargas transportadas por veículos automotores e uma expansão na malha rodoviária. Na Europa é comum o uso combinado de transporte, em alguns trechos do percurso os caminhões são transportados sobre vagões de trens.

 

Mapa das rodovias federais da região Norte

 


Fonte: Ministério dos Transportes

 

Mapa das rodovias federais da região Nordeste

 


Fonte: Ministério dos Transportes

 

Mapa das rodovias federais da região Centro-Oeste

 


Fonte: Ministério dos Transportes

 

Mapa das rodovias federais da região Sudeste

 


Fonte: Ministério dos Transportes

 

 

Mapa das rodovias federais da região Sul

 


Fonte: Ministério dos Transportes

Por que o Brasil adotou a utilização das Rodovias ao invés de ferrovias?

Entre 1870 e 1920, o Brasil viveu a “Era das ferrovias”, o crescimento médio das ferrovias era de 6.000 km por década. Até a década de 50, o

transporte ferroviário era valorizado, de certa forma, pelo governo brasileiro e o sindicato dos ferroviários era muito forte.
Na época de seu mandato, Juscelino Kubitschek preferiu investir nas rodovias ao invés das ferrovias, devido ao interesse político que existia na época em trazer a indústria automobilística para o País. A partir daí, essa política continuou nas décadas de 60, 70 e 80.

Quando os militares assumiram o poder, quase que pararam com o transporte ferroviário por completo, para assim assegurar o seu domínio e deter o sindicato.

Atualmente, essa não é uma questão fácil de resolver. A indústria automobilística, de petróleo, pneus, etc., representa uma forte influência sobre o governo brasileiro, impedindo o desenvolvimento das ferrovias, pois isto poderia prejudicar seus interesses.